OPINIÃO | Quando Aloy vai ter sua chance de brilhar?

Horizon é uma franquia de sucesso da Sony para a família de consoles PlayStation, mas que parece estar “amaldiçoada” a ficar sempre na sombra de um lançamento arrebatador no mundo dos games.

Quando o primeiro game da série, Horizon Zero Dawn foi lançado em 2017, menos de uma semana depois tivemos a estreia de The Legend of Zelda: Breath of the Wild (um título que revolucionou a indústria dos games e continua fazendo sucesso até hoje).

Agora, com a continuação, Horizon Forbidden West, a história volta a se repetir em 2022. Novamente, menos de uma semana depois de seu lançamento, Elden Ring fez sua estreia e simplesmente fez o mundo do entreternimento esquecer que uma sequência da aventura de Aloy havia sido lançada. Será que a brava guerreira ruiva do pós-apocalipse terá em algum momento um instante de paz e uma chance de realmente se destacar?

Para podermos compreender como essa “maldição” afeta o desempenho da série Horizon e da protagonista Aloy, acredito que precisamos analisar sobre três vezes: dados de vendas, janela de lançamento e popularidade.

Prometo que serei breve em cada um desses pontos porque não é minha atenção montar um artigo científico para ser debatido em um congresso. Esse texto é uma simples (mas bem embasada) conversa sobre algo inesperado na indústria dos games.

Os números não mentem

Quando colocamos lado a lado Zero Dawn com os outros grandes lançamentos de 2017, é fácil perceber que ele é o terceiro título com o maior número de vendas desde seu lançamento — não ficando muito atrás de competidores de peso como Breath of the Wild e Super Mario Odyssey.

Ainda é cedo para afirmar, mas estatisticamente espera-se que Forbidden West siga os mesmos passos de seu antecessor em número de vendas. Até o momento, o game já é o segundo maior lançamento para o PS5, ficando atrás apenas de Spider-man: Miles Morales. Junte a isso o fato que o game está disponível tanto para o PS4 quanto para o PS5 e você tem um título que pode abrir uma larga margem de vantagem em relação a outros games com o número de cópias vendidas.

Apesar disso, é inegável o sucesso absurdo que Elden Ring causou na indústria: desde todo o hype gerado no lançamento, até as críticas extremamente positivas (quase perfeitas). Somente no PC, o game vendeu cerca de 10 milhões de cópias em apenas uma semana, um feito raríssimo para qualquer jogo eletrônico.

O timing correto

Quando ao aspecto da janela de lançamento das duas entradas da série, aqui podemos apenas especular. Podemos imaginar dois cenários: um em que os desenvolvedores e equipe de marketing são de fato infelizes na escolha da data de lançamento e subestimam os títulos que irão estrear logo em seguida; e outro em que os games são lançados perto de outros games de peso similar para propositalmente evitar uma análise mais profunda dos títulos, o que poderia revelar falhas e problemas graves.

Na minha opinião estou mais inclinado a imaginar que o primeiro caso é o mais provável de ocorrer. Apesar disso, é uma atitude muito ingênua subestimar games do calibre de Zelda e um novo título da From Software. É praticamente o mesmo que esperar que seu filme não seja ofuscado ao ser lançado uma semana antes que uma nova produção da saga Star Wars.

Além do mais, sabendo o que aconteceu na estreia do primeiro título da série, não teria sido prudente da parte da equipe de marketing e distribuição ter adiado um pouco o lançamento da continuação? É aquele velho ditado: “Errar é humano. Mas persistir no erro é burrice”.

O mais popular da turma

Falar de popularidade de um game é algo complicado. Enquanto ambos os games da série Horizon possuem uma base fiel e consolidade de fãs (além de um marketing pesado por parte da Sony), isso não impediu que essa relativa “fama” fosse solapada pelos amantes de Zelda e de Elden Ring.

Ironicamente, ambos os games da série Horizon trabalham com elementos similares (alguns praticamente iguais) aos outros games que foram lançados logo depois. Porém, é inegável que somente a personalidade forte de Aloy não é o suficiente para superar alguns dos problemas de ambos os games como missões repetitivas, uma trama que consegue ser às vezes clichê e mecânicas que não trazem novidades significativas ao universo dos games.

Mesmo com todas os problemas internos e também as desvantagens impostas pelos títulos de maior sucesso que insistem em perseguir a franquia, Horizon já se consolidou como uma das franquias de maior popularidade (e também rentabilidade) dos estúdios Sony. Uma terceira entrada na série é apenas questão de tempo, mas resta saber se a “maldição” irá persistir no próximo lançamento.

Gostaria de muito saber da opinião de meus caros leitores sobre esse assunto, mas acredito que um pensamento que podemos tirar de toda essa história é que “se um game da série Horizon for lançado, é certo que um game surpreendente será lançado logo em seguida”.

Por Luís Antônio Costa